Um ateliê de uma pessoa só é como Paullie Camilo descreve a operação que toca de seu espaço em Campos Elíseos, São Paulo. De lá, saem roupas e figurinos que vestem Taís Araújo, Ícaro Silva e Agatha Moreira.
Natural de Caçapava, interior de São Paulo, passou cinco anos trabalhando com João Pimenta, que ela considera ter sido a sua maior escola.
“Eu pego um pouco dos processos clássicos da alfaiataria e mesclo como meu jeito de fazer as coisas. Coloco um recorte, modifico uma manga, vou criando. Aprendi isso observando o João, um mestre em desconstruir sem perder o respeito à tradição”, diz.
Além de querer manter as coisas na dimensão que elas estão, sem gigantescos planos de crescimento, Paullie também se destaca por, em um ambiente dominado por homens, ser uma mulher trans.
“Algo que muito me atrai no sob medida é o fato de ser feito para todo mundo. Qualquer pessoa, qualquer corpo podem usar”, fala.
Seu trabalho primoroso preza por desenvolver peças que podem ser passadas de geração em geração, e que valorizam o feito à mão.