De acordo com Fernando Trabach Filho, administrador de empresas, o Brasil ocupa uma posição privilegiada no cenário energético mundial. Além de contar com vastos recursos naturais, o país possui condições climáticas e geográficas ideais para a produção de energia renovável em larga escala. Seja no aproveitamento da luz solar, dos ventos, da biomassa ou das águas, o potencial brasileiro para liderar a transição energética global é inegável.
Mas será que o país está realmente explorando todo esse potencial e se posicionando como uma potência verde? Saiba a seguir!
Quais são as fontes renováveis mais promissoras no Brasil?
A energia hidrelétrica continua sendo a principal fonte renovável do país, responsável por mais de 50% da matriz elétrica brasileira. Mesmo diante de desafios como a escassez hídrica e os impactos ambientais, o Brasil possui um dos maiores sistemas hidrelétricos do mundo, com capacidade instalada significativa e ampla experiência no setor. Porém, como elucida Fernando Trabach Filho, a necessidade de diversificação energética tem ampliado o investimento em outras fontes sustentáveis.
A energia eólica é hoje uma das mais promissoras e de maior crescimento no Brasil. Os ventos constantes e estáveis do Nordeste garantem alta produtividade aos parques eólicos, com fator de capacidade acima da média mundial. Já a energia solar, antes restrita a projetos pequenos e residenciais, vem ganhando força nos últimos anos, especialmente com os avanços em geração distribuída e a instalação de grandes usinas fotovoltaicas em regiões de alta incidência solar.
Outro destaque brasileiro é a bioenergia, obtida a partir de resíduos agrícolas, florestais e urbanos. O etanol de cana-de-açúcar, referência mundial como biocombustível, e o biodiesel, produzido principalmente de soja e gordura animal, colocam o país em posição de liderança na produção de combustíveis renováveis. Além disso, a biomassa de bagaço de cana e outros resíduos agrícolas já abastece indústrias e comunidades, demonstrando a versatilidade dessa fonte energética.

Por que o Brasil tem vantagens estratégicas no setor de renováveis?
O Brasil reúne fatores naturais e estruturais que o tornam altamente competitivo na produção de energia renovável. A extensa insolação em quase todo o território nacional, especialmente no Nordeste e Centro-Oeste, favorece a geração solar em grande escala. Da mesma forma, a longa faixa litorânea e as planícies abertas são ideais para o aproveitamento da energia eólica, enquanto a abundância de rios e bacias hidrográficas sustenta a tradicional vocação hidrelétrica do país.
Segundo o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, a matriz elétrica já predominantemente renovável é outro diferencial brasileiro. Enquanto países desenvolvidos ainda enfrentam o desafio de reduzir sua dependência de fontes fósseis, o Brasil parte de uma base mais limpa e diversificada. Isso permite ao país acelerar a transição energética com menor custo e maior segurança, além de abrir oportunidades para exportação de tecnologias e serviços na área de energia sustentável.
Quais os desafios para consolidar o Brasil como potência verde?
Apesar do enorme potencial e das vantagens competitivas, o Brasil ainda enfrenta obstáculos para se firmar como liderança global em energias renováveis. Um dos principais desafios é a falta de infraestrutura adequada para conectar novos projetos ao sistema elétrico nacional. Regiões com alto potencial, como o Nordeste para eólicas e solares, sofrem com limitações na capacidade de escoamento da energia gerada para os grandes centros consumidores.
Por fim, como frisa Fernando Trabach Filho, o Brasil precisa avançar na inclusão social e no acesso democrático às energias renováveis. Programas que levem energia solar e biomassa a comunidades rurais, ribeirinhas e áreas isoladas são essenciais para combater desigualdades e ampliar os benefícios socioeconômicos da transição energética. A consolidação do país como potência verde depende, não apenas de recordes de produção, mas da capacidade de promover um modelo energético inclusivo, sustentável e resiliente.
Autor: Nikita Cherkasov